domingo, 27 de dezembro de 2009

Canícula

Não era boa coisa visitar o mesmo lugar de antes. Porque, apesar que de pessoas conhecidas o lugar já estivesse vago, as portas, janelas e fechaduras ainda o reconheceriam.

Pedras quentes ao meio dia; a alameda estrangulada e torta. Parou perto de uma placa de proibição qualquer. Pisou nalgum grude de piche; sapatos com chiclete preto no chão.

Avistou o busto, perdido entre um prédio e outro. As escadinhas ainda estavam lá, os mesmos pombos. Sentou ao sol; nunca houvera sombra para aquele ilustre desconhecido.

As janelas fechadas, ao meio dia. O suor lhe respingava da testa. Um caminhão das casas Bahia passou devagar, procurando um número. Acendeu um cigarro e sentiu a vida e o sol lhe queimando aos poucos entre os dedos.

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