quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dormente

Guiado pelas curvas, acompanhava os trilhos. Gravata frouxa, roupa amassada. O celular já quase sem bateria, as chamadas sem resposta.

Uma curva a mais e o carro foi parando, parando. Parou. Ele mesmo estava lá atrás, detrás do pó.

Saiu do carro, esqueceu da pasta. O trilho do trem continuava, sempre o caminho de terra ao seu lado.

Ficaram as portas abertas, o farol aceso. Deu alguns passos, parou. Esquecera-se de algo. Deixou cair os óculos de grau que trazia na cara. Pisou neles de leve, atento ao som do vidro quebrado.

Subiu nos trilhos. O telefone no bolso vibrou, acusando bateria fraca e depois se apagou.

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