terça-feira, 3 de novembro de 2009

Legoland

Hoje me peguei pensando em meus brinquedos Lego. Que parte da infância não construiram! Até hoje em dia, se pisar numa loja de brinquedos, fico a observar as pequenas figuras, personagens de fábulas de plástico que vivem em cidades, castelos medievais, barcos piratas e estações espaciais.

Nos armários de minha casa, repousa uma cidadezinha desmanchada. Posto Policial (com uma das vidraças perdidas para todo sempre, há muitos anos caso arquivado), Carro de Bombeiros (que eu sabia montar de cor e com os olhos fechados, mas que agora me parece quebra-cabeças insolúvel), Autódromo (bons tempos de Aryton Senna, corria pela casa como um raio, carrinho na mão), Casa (sempre estranhei que houvesse só uma para a cidade toda e que nela não houvesse uma única cama, mas enfim, são mistérios do mundo do Lego), Corpo de Bombeiros (desse não conheço muito; era responsável pelo setor de segurança da cidade; os incêndios imaginários ficavam por conta de meu irmão) e, é claro, a construção mais imponente da cidade Lego: o Aeroporto (onde mais de uma vez aconteceram sequestros: reflexo direto das inúmeras vezes que eu e meu irmão viámos a fita Duro de Matar, com Bruce Willis). E não, não havia prefeitura, escola, posto de saúde, ônibus, metrô. A estanha cidade de pecinhas coloridas se acabava aí.

Quantos dias de férias passados entre esses prédiozinhos, gerindo e inventando a história de vida desses personagens amarelos.

As caixas ainda estão lá. As do meu irmão mais bem cuidadas; as minhas já sem tampa, meio equilibradas debaixo da batalha naval e do banco imobiliário. As cidades estão desmontadas há anos, muitos anos. Acho que já esqueci como se as controem; acho que nem os Legos se lembram direito de como era estar vivo dentro daquele microcosmos infantil.

Mas mesmo assim, o mais interessante é que durante anos eles ficaram e ainda estão lá, com baita sorriso no rosto.