sábado, 22 de agosto de 2009

Ao velho psquiatra

Sentado no banco de pedra,
sublimava-se.
Louco, absurdo
mesmo vigiado resnascia
cem mil vezes num segundo,
não dentro de si
mas nas milhares de coisas
sub-lineadas.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ao Demo da Esquina

Polaca Azeda, arzinho de gatuna
sai da pensão.
Ubaldino no boteco, roupa amassada
copinho de álcool encardido
sonha através da neblina.

Polaca Azeda, boca pintada
desce a rua.
Ubaldino, olhinhos de desejo
faz beicinho, chupa o ar
ah, se a serpela me olhasse.

Polaca Azeda, vida fácil
entra na casa do velho.
Velho do demo, dono da esquina
certeza que paga
com Perfume do Paraguai.

Polaca Azeda, sem amor
dia desses te pego pela rua
vira copo, estrala língua
me dá mais da cana, seu Joaquim
é hoje que eu me enfarto.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Diafragma

Passante sozinho, descendo a rua,
Cambaleou.
As janelas nuas, sombrias
portas fechadas, trancadas, sem saídas
As entradas na cabeça, pô-la na pia,
batizar-se de novo, nascer-se do ovo.
Quebrado passado, fechado futuro,
olhos opacos, rotos fatos.