segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Festas

Sempre que soava o telefone, esperava que fosse ela. Pois bem poderia ser; soadas de telefone são iguais pra todo mundo. Vez ou outra nem atendia. Sempre poderia ser ela, naquela vez ou na próxima.


Quando escutava no aparelho, a voz. Os olhos no muro depois da janela. Não era pessoa, era voz. Sempre nas datas mas nunca em todas as datas. Festas e os votos comuns de qualquer coisa ditas na linha por ela faziam dele o quanto que tanto esperava.


Um dia, verificou a gravação da secretária; a fita estava corrompida. Do outro lado, a voz disse, antes se acabar.


"...então, um Feliz Natal pra você, viu".






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