terça-feira, 19 de janeiro de 2010

30''

Na falta do que levar, escolhera um caderno. Poucas linhas escritas; apenas o necessário para se fazer entender. Já não precisaria dos números.

Também, não havia mais o que calcular. Mesmo o quadro, que tantos rabiscos comportava, estava sem espaço. Sempre poderia haver algum erro neles, alguma equação imponderada, algum número não muito bem dimensionado. Mas nada a mais haveria a recalcular. A equação já não representava apenas um projeto; era antes um retrato de si mesmo, imperfeito.

Dos retratos, pensou em levar alguma foto, alguma janelinha que fosse útil para olhar o ontem. Mas teve medo que a fotografia sofresse alguma alteração; afinal de contas, nada seria o mesmo no futuro. Deixou tudo como estava.

Afinal, apertou o botão.

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