terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O cavalo

Galopava pelos montes de terra. O sangue ainda vermelho. Vermelho cheiro forte. Passou por um homem deitado. Junto a todos os outros, deitados. Pisou em falso. Uma das ferraduras presas nalgum buraco do chão. O chão, chegando tão próximo. Cair é o fim, tanto pra ele quanto pro outro, nas costas.

Os olhos aquosos naquele tempo ruim. O ar sai da garganta em jorros, faz neblina. Pra se juntar a outra névoa, que cobre tudo. Menos os gritos, aqui e ali. Ainda vivos.

Aquelas visões vinham, de quando em quando. Quando estava no capim verde. Principalmente quando estava no capim verde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário