segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Concreto

Do alto do terraço, lá embaixo os carros
as pessoas que pessoas não eram.
Debruçado no parapeito, meio a esmo
o som difuso das buzinas.

A noite sempre envolta no sangue
das avenidas que iam
e das estrelas que não vinham
o sinal distraído piscando.

A publicidade de Nescau
iluminava sua vida, elétrica
na tela vizinha, sempre ela
a moça do sorriso bucal.

O dia se ia e o ônibus vinha
a cidade respirava suspirando.
E o moço lá dos altos
no compasso da beirada do tudo,
sonhava.

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